2008-05-29

O último som

Quando Anaita estava prestes a chegar no seu novo destino, viu-se perdida dentro de um carro com os vidros fechados.
Sufucada. 
Não conseguia mais distinguir o que era o Azul do Amarelo.
Cega
Os olhos mentirosos das pessoas só lhe diziam coisas adoraveis.
Desejos
Fracos como estavam, sujos pela lama da manhã de domingo que persistia em ficar na memória daqueles que ainda não tinham almoçado

Anaita na verdade não conseguia mas distinguir o que era verdadeiro do que era falso
Dentro de todos aqueles falsos elogios que chegava no seus ouvidos
Só se podia ouvir chiados de palavras mal terminadas

"Você é o que todos desejam, o que todos pedem
A mais bela do meio do lixo
Que estava caída sobre recantos
Encolhida
Chorando"

Aquelacoisa não conseguia entender como todas aquelas belas palavras podiam ser dirigidas a ela
Pensava que estava errada, que estavam errados sobre ela
Não era aquilo tudo que eles pensavam que ela era
Não tinha tantas virtudes quanto pensavam que tinha

Os olhos só conseguiam seguir o relógio de um homem desconhecido que estava sentado num banco de uma praça, a noite
Solidão
Palavra tão bela. A única que realmente fazia sentido praquela coisa que não precisa de mais ninguém para
Existir
O que na verdade não estava tão certo assim, era esse sentimento bobo de querer viver, de querer ser feliz pelos outros

"Por que eu tenho que me importar com os outros?
Por que eu tenho que ser feliz pelos outros?
Por que eu tenho que aturar os outros"

Pensamentos esses levavam Anaita para a cama toda a noite
Pensando apenas no péssimo dia seguinte que não podia ser evitado

"Não quero mais brincar"

Foi o som que fez a sua última lágrima...

2008-05-19

Anaita

A porta que se abria em frente aquelacoisa que estava prestes a voltar de onde viera
"O caminho que se mostrará a frente nada mais é que o vestigio de ontem"
As sobras que caiam por todo o caminho do qual era deixado para trás
Elas voltariam e se vingariam? Seria apenas questão de tempo perdido?

Mas tudo aquilo que se passava na cabeça daquelacoisa seria o que fazer para o jantar na próxima ceia de domingo
"Podia servir as sobras de ontem que ninguém perceberia e mesmo assim me elogiariam"
E foi então com as sobras do sábado passado que 3 pessoas morreram 2 minutos após a ingestão dos carboidratos
No doce apego que a vida lhes davam por se sentirem bem vivendo de sobras

O oitavo dia depois da mudança definitiva daquelacoisa era na verdade algo que não iria durar tanto assim
"Porque devo então esperar pelo sinal das 2:47 quando na verdade tudo que eu preciso é de um abraço companheiro?"
Os 3 estavam tremendo no frio quando perceberam que seria menos insuportável se aquilo fosse partilhado com mais tontos

A verdade da felicidade estaria em partilhar as desgraças alheias com pessoas inocentes dentro de casas aconchegantes?
"Mas o bolo que eu fiz ontem deu pra 5 e poderia ter dado para mais 2"
Mas isso não importava de verdade praquelacoisa

"Não preciso de ninguém e que todos desapareçam"
Repetia a si mesma frase que na verdade não era de sua autoria, mas que se sentia razoavelmente confortável em dizer
"Preciso fazer as unhas"
Concluiu, depois de roer o último dedo sem vida que estava jogado em algum lugar daquele vasto/pequeno mundinho feito das ilusões da sua meia do pé esquerdo

Correção de texto é para os fracos

2008-05-12

Linux com poderes curandeiros?

Parece que nem só a Apple tem o poder da cura, mesmo que seja “curando” um Windows com defeito, o Mandriva até que tem seu poder.
O computador do meu tio estava com problema, simplesmente não iniciava. Causas? Bem, duas possíveis; versão do meu tio.
-Eu fui colocar o pen drive no pc, e na hora de tirar ele de baixo da mesa ele quase caiu. Deu uma tombadinha de lado, mas eu segurei ele.
Versão da minha tia:
O seu tio abriu aquele e-mail da globo.com falando que Os Nardoni tinha dado um depoimento inédito confessando tudo.
Hehehe... Não é que existe gente que cai nessas?

Enfim, liguei o pc e nada. Chegava na hora de entrar no Windows e parava numa tela preta. “Deu merda na inicialização”. Pensei em resolver de duas formas: Formatar ou formatar. =P
Brincadeira. Queria antes dar uma olhada no hd com um distro linux, pra ver o tamanho da caca, e dependendo como for, salvar os dados e formatar restaurar o Windows, vai saber o que pode acontecer, né? É sempre bom ter um backup nessas horas. Pensei em instalar o Mandriva de vez, eles não usam nenhum programa que não tenha substituto à altura no linux. Só que cai naquela velha “mudar a cor do pasto o burro morre de fome”. Provavelmente iriam estranhar o Open Office, o Firefox e outras coisinhas mais. Sem contar que eles têm filhos que jogam um ou outro joguinho. Dae fica difícil. =\

Bootei o live cd do Mandriva. “Kct... Como demora pra iniciar num Celeron com 256 de Ram”
Depois de 30 10 min tava lá ligado. Tentei entrar no hd e “Permissão Negada”
WTF?! Fui no gerenciador de partição, montei o bicho, abri Konqueror e “Permissão Negada”.
VAI SE FUDER LINUX DE UMA FIGA (Perceberam que pra falar mal eu falo do Linux como um todo? Sou um freetard ao contrario =P) e fui pra segunda opção: “Restaurar o Xpzão”.
Liguei o pc, tirei o cd do Mandriva, coloquei do XP e por motivos de forças maiores, tive que sair da frente do computador. Quando voltei vi que tinha perdido a tela “Aperte uma tecla para iniciar pelo CD” E para a minha surpresa, estava lá, iniciando o Windows normalmente!
COMO? Seria o poder de cura do Mandrivão? Será que eu voltei com os meus poderes de “técnico”*? Ou será os tapas que dei antes no pc que colocou o hd no lugar certo???!
A resposta de verdade eu não sei, mas fica ai mais um mistério pro mundo do Linux.
=P

* Foi feita uma pesquisa onde mostrou que os computadores reagem de maneira diferente com pessoas diferentes, talvez tenha algo relacionado com a "energia" da pessoa no momento. Acontecia muito quando eu trabalhava como trecu técnico de informática. O cliente levava o pc falando que não ligada, eu colocava na bancada e tava lá o computador funcionando normalmente.
Quando parei de trabalhar com isso, devo ter perdido essa "luz" pois algumas vezes as coisas não funcionavam aqui, dae levava pra assistência e funcionava certinho lá. Só foi ameaçar a arrumar algum pc que voltei com a "luz". =P
Vou ficar devendo o link, 10 horas min googlando e nada de achar. =\

ps: As vezes não é que eu sei blogar? Podia começar a fazer isso diariamente, encher aqui de Ad Sense e ficar rico!!! Nhaa... Melhor não. =P

2008-05-05

O peito de Peru que amava

Estava naquela tarde ensolarada o Senhor Peito de Peru parado em frente a joalheria. Não sabia por quê raios de motivo estava ali parado. Ficava admirando todos aquelas bijuterias falsas, que traziam falsas felicidades para pessoas mais falsas ainda.
E no meio de tanta falsidade, aquele Peito de Peru começou a se apaixonar por um bracelete banhado a ouro.

Ele era um bracelete de ferro bruto, razoavelmente feio e talvez um pouco brega. Mas isso não fazia diferença alguma para o Senhor Peito de Peru, pois ele sabia que em algum lugar do seu coração - e ele ainda tinha o seu - o que importava de verdade era a falsa felicidade que ele tinha ao olhar aquele pedaço de ferro falsamente parecendo ouro.

E na sua cor ouro-falso ficava ali o dia inteiro. Detrás de um vidro, sendo observados por falsas pessoas por todo o seu falso dia.
Estava cansado de sua falsa vida sem sentido. Por que ele, o Senhor Bracelete de Falso Ouro deveria passar toda a sua falsa vida naquele falso lugar? Porque não podia ser igual todo mundo e ir em busca da falsa felicidade?

Dentro dos seus falsos pensamentos, ele finalmente viu o Senhor Peito de Peru parado à frente do vidro, olhando firmemente pra ele com os seus inexistentes olhos.
"O que ele quer de mim? Mais uma falsa pessoa com falsos sonhos de me ter?" Não.. Ele parece diferente, nem olhos ele têm."

E então o Senhor Peito de Peru e o Senhor Bracelete de Falso Ouro ficaram fitando por algum tempo. Até que um cachorro sem dono que apareceu do nada correu desesperadamente em cima do Senhor Peito de Peru e começou a devora-lo
"Nããão! Logo agora que encontrei minha falsa alma gêmea. Ele não pode ir embora"
Pensava falsamente o Senhor Bracelete de Falso Ouro.
Quando o cachorro sem dono terminou de comer o Senhor Peito de Peru, parou em frente da vitrina e começou a fitar uma anel de diamantes falso.

E a felicidade falsa fazia outra vitima, outra vez.

E o Senhor Bracelete de Falso Ouro? Foi comprado por um falso esposo fiel, que deu para a sua falsa esposa fiel e continuaram a viver suas falsas perfeitas vidas.