2012-12-07

Mil Agulhas

Existia Um Lugar muito distante, aonde qualquer sonho podia ser realizado.
Mas para usar esse lugar, era necessário que a pessoa se desprendesse de algo muito importante:
"Altruísmo"


Desprendida de todos os sentimentos acolhedores, Aquilo viu que os sons do mundo pareciam mais abafados que o normal.
Todos os problemas dos outros pareciam diminutos. E todos os problemas dos outros não eram mais os seus problemas.
"Eu só queria um lugar quente para dormir"


Existe Um Lugar no mundo, aonde qualquer pessoa pode ser pisada.
Elas são acolhidas com a frase de boas-vindas:
"Nenhuma pessoa é insubstituível"

Frase que não faz lá muito sentido quando dita pra uma criança que acabou de perder a mãe.
Que não faz muito sentido quando a pessoa que você mais depende está entregue à prisão da mente.
Quem substituirá aquele mão gentil que acaricia o machucado:
"Já já vai passar"

No inferno da sua própria mente, Um Lugar já não estava mais tão distante assim.
Todos os seus pesadelos envolvendo insetos voadores já tinham passado.
Ela estava livre pra poder voar por todo aquele céu acinzentado.
Uma mente vazia que até mesmo o vento podia levar para qualquer Lugar.
"Nada se parece com o Lar"

Nada também se parece com a sensação de ter mil agulhas espetadas no seu olho.
e Nada também se parece com a sensação de espetar mil agulhas no seu próprio coração.
Por um sentimento besta de liberdade que Aquilo tentava alcançar,
ele se esqueceu do mais importante:
"Apatia"

2012-06-19

A fumaça, o Fogo e a Mariposa


Enquanto a fumaça dançava em meio a todo aquele caos, tinha algo de nostálgico naquele cheiro acinzentado.
Na hora que tudo se apagou, o que só podia ser ouvido era o grito de algo tentando sair debaixo dos escombros.

O cheiro da fumaça era cada vez mais forte, e lembrava ela que tudo aquilo não tinha mais volta.
Lembrava ela que tudo aquilo não fora escolhido por ela
Lembrava ela que tudo aquilo não fora escolhido pra ela.

A fumaça continuava a dançar a sua dança caótica, enquanto tudo o que restava naquele lixo era uma pequena mariposa voando em direção ao fogo.
O fogo que parecia tão amável, mas que na verdade ela seria consumida por ele.
O fogo que parecia tão dócil, mas que na verdade queimaria tudo dentro de si.

A mariposa dançava ao redor das cinzas de um mundo completamente destruído por uma alma malévola.
E dentro daquele desespero foi encontrado o ódio.
E dentro daquele ódio foi encontrado a apatia.

Enquanto a fumaça marcava que tudo tinha ruído, a nostalgia já não existia mais.
A mariposa já tinha sido consumida pelo fogo.
E o fogo já tinha sido extinto.

Não existe luz que não sucumba as sombras.