2011-02-07

Campos de Papel Machê

"O que esperar do dia de amanhã?"
Essa pergunta era feita no fim de cada fim de semana mal vivido
Em que aquelacoisa não se sentia no ânimo certo pra ter de conviver com as pessoas.

O que ela esperava a cada vez que acordava depois de uma noite mal dormida
Era que todas as pessoas deixassem de ser tão mesquinhas e começassem a pensar por si mesmas.
Porque tudo o que ela tinha que fazer era mimar as pessoas
Quando na verdade o que ela mais queria era ser mimada.

O que não dava pra encontrar em mais um pacote de bolacha comido pela metade
Era aquilo que se dava o luxo de perder todo fim de tarde.
Porque afinal de contas, o que mais valia dentro de si?
Um bom lugar pra relaxar, um lugar pra se conectar ou um lugar pra terminar?

"O que aconteceu com todo aqueles sonhos?"
Essa pergunta era feita no começo daquele projeto novo que ela sabia que não ia pra lugar algum
Em que aquelacoisa só se via repetindo os mesmos erros, quando na verdade, ela sabia que não tinha muito o que fazer pra evitá-los.

O que ela esperava cada vez que não conseguia dormir por causa do calor e dos pesadelos envolvendo insetos
Era que o fim não estivesse muito longe.
Ou ao menos a 4 quadras de distancia
Em alguma ponto razoavelmente alto.

"Por quê seria tão difícil expressar um sentimento?"
Essa pergunta ela se fazia a cada segundo que passava enquanto ficava encarando a parede
Enquanto ficava encarando algum objeto afiado
E enquanto esperava todos aqueles pesadelos com insetos se tornarem belos sonhos em campos de papel machê

O que não pode ser conquistado
Não pode ser desejado?
O que não pode ser destruído
Nunca devia ter sido construído?