2013-08-24

VCD

E essa é a história eloquente de Abimael da Vertigem, um garoto que tinha o incrível poder de ser displicente com o seu trabalho.

Começa em uma tarde de quinta-feira, aonde o seu chefe entra em sua sala, um tanto quanto irritado:

-Mael!!! Quantas vezes vou ter que dizer que os relatórios semanais devem ser entregues toda segunda! Hoje já é quinta e você não me entregou nada!
-Chefe Pastor, compreenda! Estou na minha pausa para o café, o senhor não poderia passar aqui depois das 17?
-Quinta!! É a quinta pausa para o café que você está fazendo... E isso só depois do almoço! E ainda são 3 da tarde!
-Mas eu preciso de café para trabalhar, Chefe Nestor.
-Pastor! Quer dizer que sem café vai demorar mais ainda?!
Nesse momento entra na sala a carnuda secretária Paulinha. Carnuda não por ser lá muito atraente, mas por ser conhecida por ser a única mulher a ganhar aqueles concursos de comer um bifé de 3 quilos em menos de 30 minutos!
-Chefe Pastor! Os fiscais do trabalho estão aqui. Estão murmurando algo do tipo "o que aquela criança está fazendo dentro dessa fábrica de armas?" O que eu digo pra eles?
-Paulinha, diga que eu já vou! Não deixe que eles entrem no Setor 16-A. Você sabe que o Ari é imprevisível nas quintas.
Bertolomeu Aristetóles da Silva e Silva Almeida e Almeida(com a grafia errada mesmo), é uma pessoa amável que é conhecida por fumar cristal e cuidar de 23 gatos. As vezes fuma gatos e cuida de 32 cristais, mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é o fato do Setor 16-A ser conhecido por trabalho escravo, contrabando de recém nascidos e também de ter o melhor café da empresa. Estranhamente com efeitos alucinógenos.

São 16:45, faltam apenas 1 hora e quinze minutos para nosso herói Abimael sair do serviço, não sem antes entregar o relatório semanal para o seu chefe.
-Chefe Castor!
-PASTOR!
-Isso! Aqui está o relatório que o senhor me pediu hoje de tarde.
-Era pra segunda!!
-Nossa! Então estou adiantado! Que bom funcionário eu sou, não é??
-Esqueça.... Me de essa porcaria de relatório.
-Sim senhor Chefe Astor!
-Pastor.... E que merda de relatório é esse? Por que só tem 3 paginas?
-Então chefe, o que acontece é que a Virtude
-Lurdes!
-Isso! Ela não preencheu corretamente as especificações referente a adoção de filhotes de panda castrados.
-Mas é SEU serviço preencher isso!
-Oh... Então é por isso que ela ficou tão brava quando eu dei uma pranchetada na cabeça dela a cobrando.
-Mais um processo por danos físicos.... Leve de volta e só volte aqui com essa porcaria preenchida corretamente.
-Segunda?
-Pode ser segunda Mael.... Pode ser....

E assim acaba mais um dia de trabalho na bela fábrica de armas em destruição em massa V.C.D (Vai com Deus). Que também abrigava escravos, imigrantes iligais, prostitutas e programadores de jogos para celular! Só a nata da sociedade;)


2013-08-19

Destruição

"Não é justo, sabe?
Fazer todas essas pessoas se sentirem infeliz, brincar com os seus sentimentos e depois de todo esse tempo, não ser capaz de derramar nenhuma lagrima sequer.
Não é nem um pouco justo."

Ela estava mais um dia à espera de que finalmente poderia ver a sua preciosa alma gêmea.
Olhou no relógio para ter certeza: "Estava na hora."
E não muito distante ali estava ela, sua alma gêmea, acompanhada de outra alma gêmea, pois afinal, o quão difícil é encontrar alguém para passar o tempo e não ficar entendiada?

"Você nunca foi nada pra mim!
Depois de tudo o que aconteceu, a única certeza que eu tenho é que você pode desaparecer! Deixe de existir! Como se nunca tivesse nascido!
Desapareça das minhas memórias!"

E então ela continuava a caminhar atrás da sua alma gêmea, acompanhando de longe tudo o que ela fazia. Mantendo a distancia perfeita para não se machucar mais, mesmo sabendo que isso não seria possível, pois afinal "Não se pode quebrar o que já esta partido"

"Eu me lembro de um sonho que tive. Aonde duas crianças andavam por uma caverna completamente escura. Uma delas era cega na verdade, e a outra a guiava apenas por uma fraca luz de um lampião.
E elas iam fundo e mais fundo, cada vez mais longe da entrada. Até que finalmente a luz se apagou, e a criança que enxergava ficou apavorada. E então elas tiverem os seus papéis trocados, e quem a guiava era a menina cega."

Enquanto estava observando a sua alma gêmea, ela apenas tentava imaginar como seria ser feliz, se sentir parte de algo maior.
Ter planos para o futuro, porém não ter planos para o jantar.
Rir de coisas bobas e rir mais ainda de coisas sérias.
Pedir para que todo o dia seja melhor que o anterior.

"Eu não acho que isso seja apropriado para você.
Existe um momento na vida de alguém que é preciso seguir em frente, fazer novos planos, magoar alguns corações.
Caia na real! Pare de ser uma sombra!"

Após todos esses anos em branco, ela resolveu que seria melhor tentar outras cores, outras formas, outras fragrâncias.
E então viu a sua alma gêmea, em um caixão, enquanto todos os outros a olhavam com repulsa por finalmente poder ser ela mesma.
Nunca ninguém tinha avisado que é errado matar.

"Mas as pessoas matam todos os dias!
A cada vez que saem para trabalhar em algo que não gostam, morre algo dentro delas!
A cada vez que elas fingem ser quem não são, morre algo dentro delas!
Não existe mais nada dentro de mim que eu possa matar então eu preciso destruir outra coisa.
Pois é isso que move as pessoas...
Destruição!"


Disclaimer: Licença poética! Ainda não endoidei! Nada disso é baseado em experiencias reais, foi tudo tirado de filmes/séries/músicas. (ou não!)

2013-08-11

Momento

Ela começava a sentir o veneno percorrendo o seu corpo.
O vento gelado fazia o seu corpo tremer.
Todas as músicas que tocavam no rádio era sobre ela mesma.
Porque aquele seria um momento decisivo.

Enquanto vagava sem nenhum rumo em particular, suas pernas à levavam para um lugar familiar.
Aquela mesma rua que tantas vezes ela andava procurando por conforto, dessa vez só encontrava aflição.
Mesmo assim, ela preferiu continuar até aonde poderia suportar, até os seus pés sangrarem.
Porque aquele momento seria decisivo.

Uma lembrança preencheu a sua mente com um breve momento acolhedor.
Uma leve brisa abafada mostrava que todos os seus sonhos estavam mais próximos de se realizar.
Enquanto um futuro era moldado à sua frente, nada mais do passado importava.
Aquele foi um momento decisivo.

Entretanto, a fraqueza das pessoas em sua volta - e mesmo a sua própria - fez com que tudo ruísse.
Se apoiando em algo tão imprevisível e frágil quanto o amor não poderia sustentar nada.
Quando na verdade, a importância das pessoas são medidas por um breve interesse em particular.

Hoje ela amava, amanhã ela odiava e depois voltava a amar.

Ela começava a sentir o seu frágil corpo ser destruído enquanto sorria.
Sorria porque sabia que finalmente as vozes iriam se calar, a vontade passaria.
Aquele momento tóxico à mantinha entorpecida para a dor, mas não era isso que ela queria.
"Como eu vou dar valor ao prazer se eu não consigo admirar a pura dor?"


O pior de tudo não era não conseguir mais viver sem outras pessoas por perto.
Era a falta do vazio. Da apatia. Da indiferença.

Hoje ela amava.
Amanhã ela odiava.
Depois ela matava.
E amava outra vez.

Mas não é possível amar uma sombra.