2008-12-07

Cigarras

Numa abafada tarde do quinto dia depois da temporada das irritantes cigarras terem começado a cantar
A pequena coisa estava à espera daquilo que lhe haviam prometido para depois que estivesse crescidinha
O que aquilo realmente representava no coração daquela diminutiva coisa não era esperado por nada mais do que falsas concepções de o quanto as pessoas podem ficar irritadas com tão pouco.

Numa tarde chuvosa do primeiro dia após o seu pesadelo com cigarras
Uma mãe irritada batia em suas crias por não terem se comportado bem durante o almoço com os seus familiares.
Descontando toda a sua raiva nos pequenos inocentes adquirida pelo grandes culpados.

Na noite onde o calor fazia queimar as suas juntas, tudo que aquela coisa minúscula podia fazer era regurgitar todas as coisas boas que ela conseguiu em todos esses anos de sofrimento concedido.
Nada fazia muito sentido em se tratando de obsessões por coisas pontudas, mas ela fazia questão de continuar gostando de fazer a sua pele chorar aquela coisa vermelha com gosto de metal
Não que aquilo ajudava em alguma coisa, apenas servia para mostrar para o mundo o quanto ele é feio, bobo e deveria se comportar melhor se queria que as pessoas continuassem vivendo nele

Mas qual seria o problema verdadeiro das pessoas?
Acreditar nelas mesmas para depois se sentirem traídas?
Se sujeitar aos seus superiores para serem pisoteadas?
Ou esperar eternamente o trem para o lugar mais próximo dos erros?

O que você faria em uma tarde abafada de verão?
Era essa a resposta que aquelacoisa precisava encontrar antes que ela se sentisse culpada de ter matado todos os seus preciosos amigos imaginários.
E eles estavam sedentos por vingança por todos os maravilhosos dias que passaram juntos.
Dias esses que ficaram encravados naquilo chamado de passado apenas porque alguém não entendia a diferença entre as pessoas.

Todos aqueles que choram em silêncio
Que secam suas lágrimas com o travesseiro
E que desejam voltar no tempo para cometer os mesmos erros de novo
Vivam e deixem morrer.
Ou sejam mortos por seus amigos imaginários