2012-06-19

A fumaça, o Fogo e a Mariposa


Enquanto a fumaça dançava em meio a todo aquele caos, tinha algo de nostálgico naquele cheiro acinzentado.
Na hora que tudo se apagou, o que só podia ser ouvido era o grito de algo tentando sair debaixo dos escombros.

O cheiro da fumaça era cada vez mais forte, e lembrava ela que tudo aquilo não tinha mais volta.
Lembrava ela que tudo aquilo não fora escolhido por ela
Lembrava ela que tudo aquilo não fora escolhido pra ela.

A fumaça continuava a dançar a sua dança caótica, enquanto tudo o que restava naquele lixo era uma pequena mariposa voando em direção ao fogo.
O fogo que parecia tão amável, mas que na verdade ela seria consumida por ele.
O fogo que parecia tão dócil, mas que na verdade queimaria tudo dentro de si.

A mariposa dançava ao redor das cinzas de um mundo completamente destruído por uma alma malévola.
E dentro daquele desespero foi encontrado o ódio.
E dentro daquele ódio foi encontrado a apatia.

Enquanto a fumaça marcava que tudo tinha ruído, a nostalgia já não existia mais.
A mariposa já tinha sido consumida pelo fogo.
E o fogo já tinha sido extinto.

Não existe luz que não sucumba as sombras.