2013-08-11

Momento

Ela começava a sentir o veneno percorrendo o seu corpo.
O vento gelado fazia o seu corpo tremer.
Todas as músicas que tocavam no rádio era sobre ela mesma.
Porque aquele seria um momento decisivo.

Enquanto vagava sem nenhum rumo em particular, suas pernas à levavam para um lugar familiar.
Aquela mesma rua que tantas vezes ela andava procurando por conforto, dessa vez só encontrava aflição.
Mesmo assim, ela preferiu continuar até aonde poderia suportar, até os seus pés sangrarem.
Porque aquele momento seria decisivo.

Uma lembrança preencheu a sua mente com um breve momento acolhedor.
Uma leve brisa abafada mostrava que todos os seus sonhos estavam mais próximos de se realizar.
Enquanto um futuro era moldado à sua frente, nada mais do passado importava.
Aquele foi um momento decisivo.

Entretanto, a fraqueza das pessoas em sua volta - e mesmo a sua própria - fez com que tudo ruísse.
Se apoiando em algo tão imprevisível e frágil quanto o amor não poderia sustentar nada.
Quando na verdade, a importância das pessoas são medidas por um breve interesse em particular.

Hoje ela amava, amanhã ela odiava e depois voltava a amar.

Ela começava a sentir o seu frágil corpo ser destruído enquanto sorria.
Sorria porque sabia que finalmente as vozes iriam se calar, a vontade passaria.
Aquele momento tóxico à mantinha entorpecida para a dor, mas não era isso que ela queria.
"Como eu vou dar valor ao prazer se eu não consigo admirar a pura dor?"


O pior de tudo não era não conseguir mais viver sem outras pessoas por perto.
Era a falta do vazio. Da apatia. Da indiferença.

Hoje ela amava.
Amanhã ela odiava.
Depois ela matava.
E amava outra vez.

Mas não é possível amar uma sombra.

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