2013-08-19

Destruição

"Não é justo, sabe?
Fazer todas essas pessoas se sentirem infeliz, brincar com os seus sentimentos e depois de todo esse tempo, não ser capaz de derramar nenhuma lagrima sequer.
Não é nem um pouco justo."

Ela estava mais um dia à espera de que finalmente poderia ver a sua preciosa alma gêmea.
Olhou no relógio para ter certeza: "Estava na hora."
E não muito distante ali estava ela, sua alma gêmea, acompanhada de outra alma gêmea, pois afinal, o quão difícil é encontrar alguém para passar o tempo e não ficar entendiada?

"Você nunca foi nada pra mim!
Depois de tudo o que aconteceu, a única certeza que eu tenho é que você pode desaparecer! Deixe de existir! Como se nunca tivesse nascido!
Desapareça das minhas memórias!"

E então ela continuava a caminhar atrás da sua alma gêmea, acompanhando de longe tudo o que ela fazia. Mantendo a distancia perfeita para não se machucar mais, mesmo sabendo que isso não seria possível, pois afinal "Não se pode quebrar o que já esta partido"

"Eu me lembro de um sonho que tive. Aonde duas crianças andavam por uma caverna completamente escura. Uma delas era cega na verdade, e a outra a guiava apenas por uma fraca luz de um lampião.
E elas iam fundo e mais fundo, cada vez mais longe da entrada. Até que finalmente a luz se apagou, e a criança que enxergava ficou apavorada. E então elas tiverem os seus papéis trocados, e quem a guiava era a menina cega."

Enquanto estava observando a sua alma gêmea, ela apenas tentava imaginar como seria ser feliz, se sentir parte de algo maior.
Ter planos para o futuro, porém não ter planos para o jantar.
Rir de coisas bobas e rir mais ainda de coisas sérias.
Pedir para que todo o dia seja melhor que o anterior.

"Eu não acho que isso seja apropriado para você.
Existe um momento na vida de alguém que é preciso seguir em frente, fazer novos planos, magoar alguns corações.
Caia na real! Pare de ser uma sombra!"

Após todos esses anos em branco, ela resolveu que seria melhor tentar outras cores, outras formas, outras fragrâncias.
E então viu a sua alma gêmea, em um caixão, enquanto todos os outros a olhavam com repulsa por finalmente poder ser ela mesma.
Nunca ninguém tinha avisado que é errado matar.

"Mas as pessoas matam todos os dias!
A cada vez que saem para trabalhar em algo que não gostam, morre algo dentro delas!
A cada vez que elas fingem ser quem não são, morre algo dentro delas!
Não existe mais nada dentro de mim que eu possa matar então eu preciso destruir outra coisa.
Pois é isso que move as pessoas...
Destruição!"


Disclaimer: Licença poética! Ainda não endoidei! Nada disso é baseado em experiencias reais, foi tudo tirado de filmes/séries/músicas. (ou não!)

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