2009-07-06

Felicidade

O que ela estava fugindo de verdade, era da felicidade.
Daquele sentimento bobo que a perseguia toda vez que ela se esbarrava em outra coisa
Que a perseguia toda vez que saía de casa e via o sol depois de várias semanas de nublado
Que estava lhe esperando atrás daquele canteiro cheio de margaridas no qual ela parava para admirar antes de ir para o trabalho.

Ela na verdade estava fugindo de todos aqueles doces que tiravam a amargura de sua alma
De ficar olhando as estrelas na gelada noite de junho
E de reparar o quanto pode ser divertido ficar a tarde inteira sem fazer nada, apenas na presença daquilo.

O que fazia ela não ter descanso, mesmo em seus sonhos, era ter que reviver todos os momentos felizes que ela nunca aproveitou de verdade por estar se queixando do tempo, da condição financeira ou da falta de algum lugar bom para relaxar

O que ninguém parecia entender direito, era que nenhum lugar era preciso, quando você quisesse apenas admirar a companhia alheia

O que ela fugia era daquele sentimento bobo que lhe acometia quando voltava ao seu quarto e se via sozinha de novo
Porque não importava quantas pessoas ela conhecesse, ninguém ficaria até de madrugada contando uma bela história para ela pegar no sono
E ninguém lhe acordaria com um sorriso no rosto e lhe desejaria que tenha um bom dia.


Como ela iria conhecer a tristeza se não soubesse o que é a felicidade?
É disso que ela foge

A felicidade é apenas a falta de tristeza

Nenhum comentário: